terça-feira, 10 de junho de 2014

JORNAL CORREIO DO SERIDÓ GANHA NOVO COLUNISTA SÃO-JOSEENSE

O conceituado Jornal “Correio do Seridó” administrado pelo jornalista Paulo Júnior de Caicó ganha mais um colaborador a partir desta edição 413 do impresso que tem 10 anos de história na comunicação da região.
A nova coluna “Espaço do Seridó” trará matérias referentes á história da região do Seridó. O novo colunista é Melquides Medeiros, que também é o novo colaborador deste espaço.
A primeira matéria da Coluna Espaço do Seridó trata-se de um fato histórico pouco conhecido da historiografia seridoense e potiguar: A “Missão Pearse”, uma missão inglesa que esteve na região do Seridó no ano de 1921 para analisar o algodão-mocó, famoso na época pela qualidade da sua fibra.
A decisão de enviar a Missão para o Brasil teria partido de uma reunião em Paris e confirmado em Zurique que sediava no ano de 1919 o X Congresso Internacional do Comitê do Algodão, com presença de representação brasileira. O presidente paraibano Epitácio Pessoa teria facilitado a vinda dos ingleses de olho num suposto mercado comprador da matéria-prima.
Logo que a Inglaterra rompia os laços diplomáticos com os Estados Unidos, imediatamente a grande potência da época procurava outros compradores. O Seridó chegou á exportar muito algodão para fora do país, mas logo que a poeira baixava e os laços  entre ingleses e americanos se refaziam, o mocó voltava ao status de produto de abastecimento regional.
O mais curiosos é que este fato tão importante da história permaneceu por muito tempo escondido na história do Rio Grande do Norte.
Ao pesquisar sobre o mocó e sua importância como agente de modernização e progresso no município de São José do Seridó, Melquides descobriu a missão Pearse através de indicação do professor Diêgo de Góis.
A grande surpresa ao folear o volumoso relatório gerado pela passagem da expedição no Brasil, foi o fato de que os ingleses estiveram em São José do Seridó, na época chamada de Valle de São José. Os ingleses descrevem em poucas linhas o que viram na pequena aldeia.
“Nós montamos através do Valle de S. José do Seridó para uma aldeia chamado Bonita (300 metros acima do nível do mar). Antigamente, era chamado S. José do Seridó. Neste vale rico, 55 km. de comprimento e 300metros de largura, todas as terras baixo-(chamado de “Baixos”) foram cultivadas com “Moco” algodão. De Bonita obtém-se uma magnífica vista praticamente todo o território do “Seridó” zona, rodeada por uma vasta anfiteatro de montanhas.” (RELATÓRIO)
Essas informações são historicamente muito importantes e assumem um caráter inovador na historiografia do Seridó, tendo em vista a pouca ou até mesmo inexistente referência a sua existência. Arno Pearse, autor do relatório refere-se a São José como um vale rico, tendo em vista, aprioristicamente, a grande produção já existente nos baixios bonitenses.
Os ingleses consideraram o algodão mocó, o melhor algodão do mundo, superando o egípcio, em fibra. Sugeriram também que fosse criada uma fazenda de seleção de sementes do mocó, sob pena do original perder a essência ao hibridar-se com outras espécies.
Para quem não sabe, a Estação Experimental do Seridó onde hoje funciona a sede da EMPARN em Cruzeta foi uma indicação dos ingleses, e deveria ter sido construída em São José. Mas a construção do Açude de Cruzeta e a formação de um povoado muito rapidamente na localidade  e outros fatores fizeram com que o presidente Getúlio Vargas em 1935, transferisse a construção dessa fazenda de São José para Cruzeta.
Uma longa história da economia do Seridó, que Melquides pensa em transformar em um livro futuramente. 
Fonte: www.saojosedoserido.com

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