“A gente faz a campanha de combate ao barbeiro, sendo mais voltada para
a zona rural, mas contempla uma boa parte da cidade. Todos os dias, um agente
visita as comunidades de Serra Negra do Norte, onde existe um itinerário que se
inicia em janeiro e se conclui em dezembro e o trabalho atinge 100% da zona
rural visitando as residências. Onde for detectado algum barbeiro, a equipe faz
o trabalho de bloqueio e pulverização para eliminar a infestação de barbeiro no
município”, enfatizou Zezinho.
Saiba mais sobre a Doença de
Chagas
Em 1909, Carlos Chagas,
pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que
acometia operários do interior de Minas Gerais. Esta, causada pelo protozoário
Tripanosoma cruzi, é conhecida como doença de Chagas, em homenagem a quem a
descreveu pela primeira vez.
O mal de Chagas, como também é
chamado, é transmitido, principalmente, por um inseto da Subfamília
Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro. Este animal de hábito
noturno se alimenta, exclusivamente, do sangue de animais vertebrados.
Vive em frestas de casas de pau a
pique, camas, colchões, depósitos, ninhos de aves, troncos de árvores, dentre
outros locais, sendo que tem preferência por locais próximos à sua fonte de
alimento. Ao sugar o sangue de um animal com a doença, este inseto passa a
carregar consigo o protozoário.
Ao se alimentar novamente, desta
vez de uma pessoa saudável, geralmente na região do rosto, ele pode transmitir
a ela o parasita. Esse processo se dá em razão do hábito que este tem de
defecar após sua refeição.
Como, geralmente, as pessoas
costumam coçar a região onde foram picadas, tal ato permite com que os
parasitas, presentes nas fezes, penetrem pela pele. Estes passam a viver,
inicialmente, no sangue e, depois, nas fibras musculares, principalmente nas da
região do coração, intestino e esôfago.
A transfusão de sangue
contaminado e transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, são outras
formas de se contrair a doença. Recentemente descobriu-se que pode ocorrer a
infecção oral: são os casos daquelas pessoas que adquiriram a doença ao
ingerirem caldo de cana ou açaí moído contendo, acidentalmente, o inseto.
Acredita-se que houve, nesses
casos, invasão ativa do parasita, via aparelho digestivo. Cerca de 20 dias após
a sua primeira – e última – cópula, a fêmea libera, aproximadamente, 200 ovos,
que eclodirão em mais ou menos 25 dias.
Após o nascimento, esses pequenos
seres sofrerão em torno de cinco mudas até atingirem o estágio adulto, formando
novas colônias. Febre, mal-estar, falta de apetite, dor ganglionar, inchaço
ocular e aumento do fígado e baço são alguns sintomas que podem aparecer
inicialmente (fase aguda), embora existam casos em que a doença se apresenta de
forma assintomática.
Em quadro crônico, o mal de
Chagas pode destruir a musculatura dos órgãos atingidos (principalmente a do
coração e do cérebro), provocando o aumento destes, de forma irreversível. Em
muitos casos, somente essa fase é percebida pelo paciente, sendo que ela pode
se manifestar décadas depois do indivíduo ter sido infectado pelo
parasita.
O diagnóstico pode ser feito via
exame de sangue do paciente na busca do parasita no próprio material coletado
(microscopia) ou pela presença de anticorpos no soro (através de testes
sorológicos).
O tratamento, visando à
eliminação dos parasitas, é satisfatório apenas no estágio inicial da doença,
quando o tripanossoma ainda está no sangue. Na fase crônica, a terapêutica se
direciona para o controle de sintomas, evitando maiores complicações. O
controle populacional do barbeiro é a melhor forma de prevenir a doença de
Chagas.
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