HISTÓRIA DE SERRA NEGRA DO NORTE

Serra Negra do Norte é um município brasileiro no interior do estado do Rio Grande do Norte. Pertencente à Microrregião do Seridó Ocidental e Mesorregião Central Potiguar, localiza-se a sudoeste da capital do estado, distando desta 303 quilômetros.[2] Ocupa uma área de 562,395 km², sendo que apenas 0,3682 km² estão em perímetro urbano, e a população do município foi estimada no ano de 2011 em 7 787 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo então o 84º mais populoso do estado.
Com uma temperatura média anual de 27,5 °C, na vegetação do município predomina a caatinga hiperxerófila. Quanto à frota de veículos, foram contabilizadas 1 252 unidades em 2010. Com uma taxa de urbanização de 64,31% (2010), o município contava, em 2009, com onze estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) é de 0,663 (2000), considerado como médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o36° maior do Rio Grande do Norte.
O município foi o segundo a se emancipar de Caicó (depois de Acari), em 3 de agosto de 1874, com o nome de "Serra Negra". Somente em 1943 o nome foi mudado para "Serra Negra do Norte". O nome do município se refere à grande espessura de vegetação primitiva local, com tom escuro e que se localizava em um contorno serrano.

História

A história de Serra Negra do Norte começa ainda durante a época do Brasil Colônia, quando uma grande sesmaria foi doada a Francisco de Oliveira Toledo. A grande sesmaria se localizava a sul da ribeira do rio Apodi e próximo ao riacho do Peixe. Algum tempo depois, o controle dessa sesmaria passou a ser exercido por João de Freitas da Cunha. Este, palgum tempo depois, herdou as terras ao seu irmão Domingos Freitas da Cunha.[2][7][8]
No século XVIII (1735), uma fazenda foi construída no local. A capela foi construída logo após o herdeiro ter vendido as terras para Manoel Barbosa de Freitas. Este, após ter doado suas terras ao seu sobrinho Manoel Pereira Monteiro, construiu uma capela construída na localidade, tendo Nossa Senhora do Ó como padroeira. A construção dessa capela foi o marco inicial para o acelerado crescimento populacional na localidade de Serra Negra, às margens do rio Espinharas. Nesse contexto, surge a figura de Francisco Solteirão, que era filho de Manoel Pereira e decidiu que todo o patrimônio construído para os domínios da igreja.[2][7][8]
Em 1º de setembro e 1858, uma lei provincial eleva a localidade de Serra Negra à categoria de vila, sendo depois elevado à categoria de município, apenas dezesseis anos depois, em 3 de agosto de 1874, desmembrando-se de Caicó. Mais de nove meses depois (21 de maio de 1875), o município foi oficialmente instalado.[2][7][8]
Já no século XX (1932), a sede municipal foi transferida de Serra Negra para São João do Sabugi. Apenas um ano e dois meses depois, a sede voltou a transferida para Serra Negra. Cinco anos depois, a vila de Serra Negra foi elevada à categoria de cidade, sendo, ao mesmo tempo, criado o distrito de São João do Sabugi. Assim, o município passou a ser formado pelos distritos de Serra Negra do Norte e São João do Sabugi. Em 1943, uma lei estadual altera o nome do município, de "Serra Negra" para "Serra Negra do Norte", nomenclatura que mantém até os dias atuais. O nome do município se refere à grande espessura de vegetação primitiva local, com tom escuro e que se localizava em um contorno serrano. Em 1948, o distrito de São João do Sabugi é emancipado de Serra Negra do Norte e torna-se novo município potiguar. De lá até os dias atuais, o município passou a ser constituído somente pelo distrito sede.[2][7][8]
No dia 19 de novembro de 2007, alguns eleitores de Serra Negra do Norte foram às urnas para a votação da escolha nova bandeira municipal. A bandeira "Tupi", criada por Valdemar Juvino de Araújo e composta por um fundo branco com o brasão do município, foi eleita com 576 votos.[9]
Geografia

Mapa mostrando Serra Negra do Norte (em vermelho) e municípios limítrofes (em azul, os municípios limítrofes pertencentes ao estado do Rio Grande do Norte e, em verde, os municípios limítrofes pertencentes ao estado da Paraíba).
O município de Serra Negra do Norte está atualmente localizado no estado do Rio Grande do Norte, em uma região do estado como Seridó, que reúne, além alguns municípios da Paraíba e do centro-sul potiguar. Além do Seridó, Serra Negra do Norte é um dos 37 municípios potiguares incluídos da Mesorregião Central Potiguar, que se divide em cinco microrregiões, sendo que a microrregião à qual o município pertencente é a Microrregião do Seridó Ocidental, a segunda mais meridional do Rio Grande do Norte e que engloba sete municípios: CaicóIpueiraJardim de PiranhasSão FernandoSão João do Sabugi, Serra Negra do Norte e Timbaúba dos Batistas. Situa-se a uma latitude 06º 39' 56" S e 37º 23' 50" W,[10] e a uma distância de 303 quilômetros dacapital potiguar.[2]
A área do município é de 562,935 km², sendo então o vigésimo quinto maior município potiguar em extensão/tamanho territorial. Toda essa áreao equivale a 1,0652% do território potiguar, 0,0362% do território nordestino e 0,0066% do país.[11] Seus municípios limítrofes são São Bento, Jardim de Piranhas e Timbaúba dos Batistas a norte, São José de Espinharas (PB) a sul, Caicó a leste e Paulista (PB) a oeste.[2Relevo e hidrografia
No município predomina um relevo plano, com altitudes variando entre cem e duzentos metros, cuja formação é composta pela Depressão Sertaneja-São Francisco, que abriga uma série de terrenos baixos situados entre as partes mais altas do Planalto da Borborema e da Chapada do Apodi. Os tipos de solo predominantes são o bruno não cálcico vértico — que se caracterizam por serem rasos, sensibilidade à erosões, alta fertilidade, textura formada por areia e/ou argila e moderados índices de drenagem — e os solos litólicos eutróficos, que é caracterizado pela sua fertilidade alta, textura média formada por areia, relevo que varia entre ondulado e montanhoso e altos índices de drenagem. Praticamente não há cultivo nesses solos, uma vez que a vegetação natural é aproveitada junto com a pecuária extensiva, há falta de água, a profundidade é pequena, há a sensibilidade à erosão, certos riscos de salinidade e pedregosidade superficial. O aproveitamento desses tipos de solos é feito principalmente com pecuária, onde destaca-se o cultivo da palma forrageira. Quanto ao uso desses solos para a irrigação, estes solos possuem limitações devido à baixa profunidade e ao alto teor de sódio no subsolo. O uso da má irrigação conduzida ocasiona a salinização e dificulta bastante o seu uso para a agropecuária.[2]
Serra Negra do Norte está situado em área de abrangência de terrenos do Grupo Caicó, composto pelo embasamento cristalino, provenientes da idade Pré-Cambriana inferior, com idade aproximada em 2500 milhões de anos, e há a predominância de gnaisses e migmatitos variados, além de granitos, xistos e anfibolitos, às vezes cortados por veios de quartzo e pegmatitos. Geomorfologicamente há também a predominância de formas de relevo classificadas como "tabulares", de topo plano, com ordens de grandeza diferentes e de aprofundamento de drenagem, separados geralmente a partir vales de fundo plano.[2]
O município de Serra Negra do Norte encontra-se com 100% do seu território inserido na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu. O principal rio que corta o território serranegrense é o Rio Espinharas, que nasce no estado da Paraíba, a partir das confluências dos rios da Cruz e da Farinha, próximo ao município paraibano de Patos. Após percorrer cerca de 45 quilômetros no estado da Paraíba, o rio Espinharas entra no Rio Grande do Norte, pelo município de Serra Negra do Norte, e depois continua seu percurso até desaguar no rio Piranhas. Os principais riachos serranegrenses são os riachos do Ranchinho, do Lucas e da Pitomba. Já os principais açudes municipais, cuja capacidade de acumulação é superior a cem mil metros cúbicos de água, são os açudes Belo Monte, Entre Serras, Lagoa da Serra, Pintada e Saudade, todos com capacidade para armazenar cem mil metros cúbicos de água.[2]
Clima
O clima de Serra Negra do Norte é considerado semiárido, cuja sede possui temperaturas médias anuais em torno de 27,5°C, sendo 32°C a temperatura máxima e 18°C a temperatura mínima.[2] As principais características deste tipo climático são as chuvas escassas e irregulares em sua distribuição, nebulosidade baixa, muitas horas de forte insolação e fortes índices de vaporização (processo de passagem da água do estado líquido para o estado gasoso), pluviosidade anual concentrada entre 250 e 750 milímetros e a longa duração do período de estiagem (seca), que pode durar e seis a onze meses.[12] Segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger, o tipo climático de Serra Negra do Norte é do tipo As.[13] O mês com a maior média anual é fevereiro, cuja média de temperatura aproximada é de 27,4°C, sendo 21,1°C e 33,6°C as temperaturas mínima e máxima, respectivamente. Já o mês com a menor média registrada é julho, cuja média de temperatura é de 23,4°C, sendo 18°C e 28,8°C as temperaturas mínima e máxima, respectivamente. Já a precipitação média anual é de 741,1 mm, onde o mês mais chuvoso é março, quando a precipitação é de 209,1 milímetros, enquanto agosto é o mais seco, quando só caem 6,5 mm.[14] O período chuvoso do município costuma ocorrer geralmente entre os meses de fevereiro e maio. A umidade relativa do ar é de 59% e o tempo de insolação chega a 2 400 horas anuais.[2]


Hino da Cidade de Serra Negra do Norte 

 
Minha terra – meu amor
Letra: José Lucas de Barros
Música: Valdemir Wanderley de Barros
Serra Negra minha terra
Minha amada, minha flor
Menina do rio
Menina da serra
Menina do amor
O tempo em legenda
Lembra-nos agora
Histórias e lendas
Das quadras de outrora
O rio certeiro
Servindo de estrada
Trazia o boiadeiro 
De aguada em aguada
A onça mais brava
Da curva da serra
Matou a escrava
Que deu nome a terra
Nas águas rolavam
Canções de canoeiros
Na mata campeavam
Valentes vaqueiros
Porém há cem anos
A sorte florida
Traçou novos planos
Na terra querida
Fez-se o município
Nasceu Juvenal
Marcando o princípio
De um tempo ideal

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre

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