sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Doença de Chagas é combatida pelo setor de endemias em Serra Negra

Em Serra Negra do Norte, o setor de Endemias também desenvolve a campanha de combate à Doença de Chagas. Em entrevista ao repórter Paulo Júnior (Jornal Correio do Seridó), o diretor de Endemias do Município de Serra Negra do Norte, Francisco José de Souza (Zezinho) falou sobre o trabalho desenvolvido. 
“A gente faz a campanha de combate ao barbeiro, sendo mais voltada para a zona rural, mas contempla uma boa parte da cidade. Todos os dias, um agente visita as comunidades de Serra Negra do Norte, onde existe um itinerário que se inicia em janeiro e se conclui em dezembro e o trabalho atinge 100% da zona rural visitando as residências. Onde for detectado algum barbeiro, a equipe faz o trabalho de bloqueio e pulverização para eliminar a infestação de barbeiro no município”, enfatizou Zezinho.

Saiba mais sobre a Doença de Chagas

 Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que acometia operários do interior de Minas Gerais. Esta, causada pelo protozoário Tripanosoma cruzi, é conhecida como doença de Chagas, em homenagem a quem a descreveu pela primeira vez. 

O mal de Chagas, como também é chamado, é transmitido, principalmente, por um inseto da Subfamília Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro. Este animal de hábito noturno se alimenta, exclusivamente, do sangue de animais vertebrados. 

Vive em frestas de casas de pau a pique, camas, colchões, depósitos, ninhos de aves, troncos de árvores, dentre outros locais, sendo que tem preferência por locais próximos à sua fonte de alimento. Ao sugar o sangue de um animal com a doença, este inseto passa a carregar consigo o protozoário. 

Ao se alimentar novamente, desta vez de uma pessoa saudável, geralmente na região do rosto, ele pode transmitir a ela o parasita. Esse processo se dá em razão do hábito que este tem de defecar após sua refeição. 

Como, geralmente, as pessoas costumam coçar a região onde foram picadas, tal ato permite com que os parasitas, presentes nas fezes, penetrem pela pele. Estes passam a viver, inicialmente, no sangue e, depois, nas fibras musculares, principalmente nas da região do coração, intestino e esôfago. 

 A transfusão de sangue contaminado e transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, são outras formas de se contrair a doença. Recentemente descobriu-se que pode ocorrer a infecção oral: são os casos daquelas pessoas que adquiriram a doença ao ingerirem caldo de cana ou açaí moído contendo, acidentalmente, o inseto. 

Acredita-se que houve, nesses casos, invasão ativa do parasita, via aparelho digestivo. Cerca de 20 dias após a sua primeira – e última – cópula, a fêmea libera, aproximadamente, 200 ovos, que eclodirão em mais ou menos 25 dias. 

Após o nascimento, esses pequenos seres sofrerão em torno de cinco mudas até atingirem o estágio adulto, formando novas colônias. Febre, mal-estar, falta de apetite, dor ganglionar, inchaço ocular e aumento do fígado e baço são alguns sintomas que podem aparecer inicialmente (fase aguda), embora existam casos em que a doença se apresenta de forma assintomática. 

Em quadro crônico, o mal de Chagas pode destruir a musculatura dos órgãos atingidos (principalmente a do coração e do cérebro), provocando o aumento destes, de forma irreversível. Em muitos casos, somente essa fase é percebida pelo paciente, sendo que ela pode se manifestar décadas depois do indivíduo ter sido infectado pelo parasita. 

O diagnóstico pode ser feito via exame de sangue do paciente na busca do parasita no próprio material coletado (microscopia) ou pela presença de anticorpos no soro (através de testes sorológicos). 

O tratamento, visando à eliminação dos parasitas, é satisfatório apenas no estágio inicial da doença, quando o tripanossoma ainda está no sangue. Na fase crônica, a terapêutica se direciona para o controle de sintomas, evitando maiores complicações. O controle populacional do barbeiro é a melhor forma de prevenir a doença de Chagas.

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