sexta-feira, 15 de março de 2013

Papa Francisco teve parte do pulmão retirada, mas isso não afeta sua saúde

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Eleito papa nesta quarta-feira, o arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, não aparecia nas listas da imprensa internacional como um dos favoritos ao posto. O conclave esperava escolher um pontífice mais jovem, especialmente após Bento XVI ter alegado falta de vigor físico ao renunciar. Além de ser o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta, o papa Francisco teve parte de um pulmão removido há cerca de 40 anos, conforme divulgou o Vaticano. “Isso nunca foi um obstáculo para seu ritmo de trabalho, sua vida ou seu cuidado pastoral, como ele já demonstrou liderando uma diocese que requer tanta dedicação quanto a de Buenos Aires”, afirmou Frei Federico Lombardi, diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, em comunicado.

Em entrevista ao site de VEJA, Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que a cirurgia não deve afetar a vida do papa. "Nitidamente ele está aí para provar que a operação não traz nenhuma consequência a longo prazo e não é motivo para preocupação", afirma o médico. De acordo com Fiss, dependendo da quantidade do órgão que é retirada, o pulmão pode ter se expandido e ocupado o lugar da parte removida. "O pulmão dele pode ter se expandido e estar adaptado e ponto de ele ter a capacidade respiratória normal. Eu tenho pacientes que retiraram metade de um dos pulmões e cinco anos depois suas provas ventilatórias estão normais", explica Elie. "No dia a dia a gente costuma utilizar apenas cerca de 30% da capacidade pulmonar", completa.

O papa Francisco não deve precisar de nenhum cuidado especial em decorrência do procedimento pelo qual passou. As recomendações que ele deve receber, como de vacinas para gripe e pneumonia, segundo Elie, são indicações de rotina para qualquer paciente da idade de Jorge Mario Bergoglio. Ainda é difícil estimar a razão que teria levado o pontífice a se submeter a esse procedimento. A remoção de parte do pulmão é feita em casos de infecções graves, que podem se expandir para o restante do órgão. "Mas também pode ter sido uma causa que atualmente seria tratada clinicamente, com medicamentos", disse Fiss.

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